13 de fev. de 2016

Resenha - A 5ª Onda

Devo admitir que li este livro apenas para ver o filme, portanto ele não estava nos meus planos literários e isso é péssimo, já que a lista de livros na categoria "Quero Ler" é obviamente infinita, além de já esperar encontrar cenas cinematográficas e um roteiro digno de cinema, e com toda certeza isso eu encontrei.

Na verdade o livro cabe como uma luva para as telas de cinema, tanto por seu aspecto futurista como pela trama e ação envolvidas, que traz ao público jovem um espírito de liderança e poder, presente em best-sellers como Jogos Vorazes, Divergente, Starter, Eu Sou o Número 4... e ai chega a parte ruim: todos são feitos em uma mesma forma de livros. Apesar da criatividade existir, eles não conseguem sair de um padrão, algo que a 5ª Onda também não fez.

Mas claro, aqueles que gostaram desses livros que eu citei (e eu fui um dos que gostei) não irão se decepcionar com a 5ª Onda. O livro é bom? É. E só.

Na realidade ele é quase como uma introdução para os próximos (eu espero, se não abaixo minha classificação no Skoob), então não espere nada de mais. O foco principal está na história de Cassiopeia Sullivan, ou apenas Cassie, uma "garota com cachos dourados, um pouco mais de 1,80 metro de altura" que está em meio a 4ª Onda de ataques de alienígenas assassinos que estão interessados em dominar a Terra, para algum feito ainda não declarado.

Eles já dominaram praticamente todo o planeta, mataram mais de 7 bilhões de pessoas em suas Ondas de ataques e os poucos sobreviventes que restam, como Cassie, estão lutando pela sobrevivência e por um contra-ataque, em um cenário apocalíptico, que me lembrou muito as cidades devastadas de The Walking Dead, apesar de nenhuma relação com Zumbis (exceto um dos protagonistas que recebe este apelido).

A 1ª Onda nos atirou de volta ao século 18. As duas seguintes nos jogaram no período Neolítico. 

O livro tem ação de uma maneira contida, não é o tipo de leitura que faz você perder o folego, mas um dos momentos com maior suspense ocorre em uma das primeiras cenas do livro, a qual você pode ver no trailer (do filme) no final desse post, que retrata o momento em que Cassie está indo buscar mantimentos em uma loja de conveniência e é surpreendida por um barulho, ao averiguar percebe ser um soldado ferido, que aponta uma arma diretamente para ela, enquanto Cassie faz o mesmo. Ela exige que ele levante as mãos...

"Com uma careta, levantou a mão esquerda devagar. [...]
A mão dele estava coberta de sangue meio coagulado, dando a impressão de estar calçando uma luva rubra.
A luz intermitente beijou-lhe a mão ensanguentada e tremeluziu ao longo de algo comprido, fino e metálico. O meu dedo voltou ao gatilho, e o fuzil quicou forte contra meu ombro, o cano escoiceou em minha mão, enquanto eu esvaziava o pende te balas"

E este feito flui durante toda a história de Cassie como um dos símbolos para situações em que o medo toma conta da personagem, como quando está sendo perseguida por um Silenciador (extraterrestre treinado pra matar):

Talvez eu seja a última, mas sou a última que ainda está de pé. Eu sou a que vou mostrar o rosto para o caçador sem rosto na floresta junto a uma rodovia abandonada. Eu sou aquela que não vai fugir, não vai ficar, mas vai enfrentar.
Porque, se eu for a última, então eu sou a Humanidade.
E se essa for a última guerra da Humanidade, então eu sou o campo de batalha.

O livro segue portanto um ritmo start/stop, horas com muita ação, horas com pouca ação. Apenas para o leitor entrar na história e entender o que ocorreu nas ondas de ataques responsáveis pelo fim da humanidade.

Já tinha lido o suficiente para o livro me despertar curiosidade, mas essa veio realmente quando cria-se um segundo narrador: o Zumbi, que é resgatado pelo exército e forçado a matar pessoas possivelmente contaminadas com os alienígenas. Passará ele então por uma série de treinamentos militares com o cruel sargento Reznik para definir sua capacidade e lealdade, tendo que enfrentar amigos, superiores e a morte iminente que a possível 5ª Onda os faz aguardar.

Eles inverteram a ordem natural das coisas para nós. Melhor morrer do que viver. Melhor desistir do que lutar. Melhor se esconder do que enfrentar. Eles sabem que a forma de nos derrubar é nos matando primeiro aqui. - Bateu no meu peito novamente. - A batalha final desse planeta não vai acontecer em nenhuma planície, montanha, floresta, deserto ou oceano. Ela vai acontecer aqui. - Cutucando-me de novo. Com força. Pop, pop, pop. [...]
Deus não chama os preparados, filho. Deus prepara os que chama. E você foi chamado.

Veja abaixo o trailer:

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